quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Estranhamente feliz


Sinto-me feliz
Situação estranha e nova
Mas mais vulnerável estou
Agora que mais me dou
Mas a minha alma estremece
De uma alegria sem fim
Que sentimento
Estranhamente bom
Sinto com uma criança
Que descobre a liberdade
De correr livremente
Pois das minhas mascaras
Me libertei
E mais consciente estou
Da pessoas que realmente sou
Escolhas tive de fazer
E algumas lágrimas correram
Contudo a meu lado
Pessoas importantes estiveram
E elas me ajudaram
E acabei procurar
Um novo rumo
Escrito no céu
E guiado pelas estrelas
Que me dão brilho ao olhar
Sinto-me “um louco consciente”
Daquilo que realmente é
E isso me traz medo
Fazendo-me sentir
Estranhamente bem
Embora ate agora desconhecesse
O sentimento que habita
Agora em minha vida
E me faz sentir menos perdida
Contudo sei quem sou
A resposta a estas demorou
Todavia agora deixa-me tão frágil
Pois já não tenho onde me esconder
Porque a minha alma transparece
Aquilo que todos podem ver
A pessoa que realmente
Habita em mim
Sinto-me confiante
Embora este medo me inquiete
Sei que preciso continuar
Esta busca de auto-conhecimento
Rumo a felicidade e a realização
Que hoje quero por mim

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Estranho*

Porque tenho medo de ser eu?
Pergunta estranha e pouco pertinente
Para a qual a resposta tarda
Ou simplesmente a qual não quero responder
De facto gostava de continuar a fingir
Ser um ser forte que tudo aguenta
Contudo não consigo
Por traz desta aparente forca
Está uma tamanha fragilidade
Uma tamanha angústia
De se quer ser o que não se é
Gostava de ser mais e melhor
E poder controlar a felicidade dos outros
Gostava de ter só um pouco dela para mim
Gostava por vezes de receber
Só um pouco do que dou
Mas olho para o lado
E não esta ninguém
Ninguém tem tempo para me ouvir
Porque estão a ser felizes
E eu não sei ser feliz
Porque perdi demasiado tempo
A ouvir quem para mim
Não tem tempo
Mas continuo a mascarrar-me
Finjo estar bem
E finjo tão perfeitamente
Que até eu acredito
Acredito ser quem eu não sou
E por momento sou de facto
Todavia há sempre um dia
Em que o pano cai
E fica a descoberto
A tamanha fragilidade
De se ser quem não se é
E são as pessoas que não esperamos
Que ao observarem o que somos
Descobrem a mascara
E ai o que fazemos?
A resposta teima em não chegar
E a vida vai passando ao lado
Sem coragem para ser vivida
Não consigo ser eu
Mas já não sei ser outro
Quero viver sem mascaras
Mas o medo me trava
Preciso derrotá-lo
Olho céu azul
E procuro a minha estrela
Para nela encontrar força
Para esta batalha travar…

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ano novo, vida nova…

Hoje decidi parar, por uns segundos, para fazer um balanço do que foi 2010.
O passado ano foi como outros um ano onde cresci muito, contudo esse crescimento envolve lágrimas, sorrisos, alguns momentos menos bons, contudo tive sempre pessoas muito especiais a meu lado, que me ajudaram a crescer e me deram a mão para me reerguer.
Foi em 2010 que rompi com o passado, que deixei de olhar para dada pessoa que amei como o rapaz perfeito e vi quem ele era na realidade. Pois tive de decidir o que queria para o meu futuro ele ou a minha dignidade, e quando me escolhi a mim o amor por ele foi foi-se diluindo. E deixou emergir o meu amor-próprio.
Mas esta situação foi boa, pois cresci, e posso realçar os inúmeros conselhos e conversas travadas com uma recente e boa amiga que conheci graças á dor de não ter o amor que tanto mendiguei. Essa pessoa fantástica a quem hoje chamo de amiga, ajudou-me a despertar para a realidade e perceber que eu sou mais importante que qualquer pessoa que ame.
Neste ano também cometi algumas loucuras entre as quais destaco o envolvimento com um rapaz especial que me fez perceber o quanto é bom me sentir amada, querida, bonita, desejada e respeitada. As coisas entre nós não resultam, contudo foi uma experiencia muito boa enquanto durou. É estranho mas mesmo depois de tudo acabar me senti bem, mais mulher, mais confiante no que sou, mas com medo de não deixar nunca que alguém entre em meu mundo secreto.
Continuo a acreditar no amor, mas este só pode resultar na altura em que duas pessoas se libertam de si para viver o nós.
Ao longo deste ano trabalhei, estudei, diverti-me e me apaixonei pela vida, que merece ser vivida e envolvida em doces momentos e em conscientes loucuras.
Para 2011 quero ainda mais desta loucura saudável, quero me sentir realizada, acabar o meu curso e construir parte do meu futuro.
Quero ser mais eu, encontrar um ponto de equilíbrio para os meus receios e voar um pouco mais alto.
Quero ser feliz sem medos, mas sempre com vontade de ser melhor.
Neste novo ano quero uma vida nova, recheada com os amigos de sempre, com aventura, com mudanças, com problemas e crescimentos.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Pai

Pai palavra carregada de simbolismo que significa: aquele que tem um ou mais filhos; gerador; progenitor; criador; autor; protector! e benfeitor. Contudo esta palavra não destes significados na minha vida.
Este vocábulo carrega o meu coração de mágoa, receios, inseguranças, agonias, lágrimas e sentimentos negativos dos quais gostava de me libertar.
Pensar no que é ter pai é me difícil pois na verdade nunca tive um. E por mais que a minha mãe tentasse interpretar esse papel o melhor possível conjuntamente com o meu querido e saudoso avó a verdade é que há um vazio em meu coração que nunca irá ser preenchido.
Gostava de poder fingir que tudo isto me é indiferente e não ter vontade de chorar por nunca saber o que sentes por mim, sem me recordar do teu rosto ou simplesmente por não saber se um dia te orgulharás de mim.
Esta ânsia as vezes é pesada de mais para o meu inseguro ser, mas nunca conseguirei alivia-la pois só tu podes mudar o rumo desta historia e mais uma vez foi esquecida num local longínquo.
Como eu queria te dizer tudo o quanto me fazes sofrer por nunca de mim te lembrares, como gostava de te olhar e dizer por mais que queria não te consigo odiar.
Pai palavra vazia e inútil, no meu coração.
Sinto-me como um grão de trigo semeado entre os espinhos que por mais que cresça e seja bela será sempre ofuscado pela grandeza dos espinhos e acaba magoado e sem espaço para se desenvolver. Pois sabe que trava uma luta impossível.
Não porque insisto em sofrer gostado de ti e tendo esperança num milagre impossível de acontecer.
Na verdade tenho uma mãe espectacular que é tudo aquilo que me faz ser quem só, ela dava a vida pela minha felicidade, contudo o estúpido pensamento insiste em te recordar e não me deixar ser feliz.
Só queria poder te dizer um dia o quanto marcas-te a minha caminhada embora nunca quisesses fazer parte dela.
Depois destas linhas pretendo guardar as minhas lágrimas num baú do qual vou deixar fora a chave, para por ti nunca mais chorar.
Cada lágrima por tua causa derramada irá ser um degrau a subir na minha vida para mais alto chegar e de mim me orgulhar.
Se um dia queria ser uma pessoa realizada para que mim te poderes orgulhar, hoje quero me sentir realizada por mim.
Vou ser feliz e no céu gravar que a minha mãe me criou e me ajudou a ser uma pessoa realizada.